sábado, 25 de dezembro de 2010

Baile de Máscaras

Estranha sensação essa de estar em qualquer cenário e se sentir em um primoroso baile de máscaras. Mundo que cede tanto espaço ao consumismo que ele se torna o astro da festa, e os convidados somos nós.

O CONVITE: a mídia, a televisão, os avanços tecnológicos, o senso comum e, por fim, nossa complascência com relação a tudo que nos é apresentado para comprar, comprar e...COMPRAR!
OS PREPARATIVOS: Classe "SUB", baixa, média ou alta, sem interessar muito o público, o intuito é sempre o mesmo: trabalha-se para ter o que a euforia aflora em nosso comportamento robotizado de transigência.
A DECORAÇÃO: em relação ao cenário, não há do que se queixar. A propaganda é a alma do negócio (tentando falar literalmente) e a decoração fica a cargo de tantas alegorias quanto possam existir partindo do senso comum modista que somos levados a crer em sua INDISPENSABILIDADE. 
OS CONVIDADOS: claro que somos nós. Quem haveria de perder uma festa dessas? Todos irão..será a sensação do momento. Se formos, estaremos nas mídias e seremos notícia (ainda que de fofoca: "fulando de tal tem aquele IPad maravilhoso..." ou"...aquele notebook lindo..top de linha" - que daqui a 6 meses já não o será mais).
No dia da festa, a competição se torna acirrada. Procuramos ser melhores, ter melhores adornos, melhores roupas e alegorias. E no amontoado que se encerra no grandioso baile, não vemos pessoas, rostos, pele. Vemos o que está por cima; a alma, a personalidade..esvaem-se. Simplesmente o que vemos são as máscaras. Finalmente, não se conhece a identidade de ninguém nessa festa em que todos querem ser e acabam se tornando IGUAIS.
Damos o brinde final e quando a festa acaba, voltamos momentaneamente a ser o que realmente somos e as máscaras caem..pelo menos até o próximo carnaval.

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